segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Devil

06:35, o despertador seguia o programado. A janela aberta deixava a fraca luz do Sol entrar, iluminando o grande quarto. Sob a janela, o corpo deu sinais de vida e respondeu ao alarme. Sentando na cama, o garoto desligou a música suave do despertador e tentava se acostumar à claridade. Ainda era segunda, e a semana só começara. Esfregou o rosto e levantou-se, indo ao banheiro.


O reflexo da luz nos azulejos era mais do que os olhos cansados aguentavam. Entrou no banho gelado de todas as manhãs e aproveitou para relaxar e pensar na vida e problemas. Coisa de adolescente metido a maduro. Antes mesmo de completar dezoito, já havia saído de casa, para estudar, entre outras coisas. E não eram os estudos que o preocupavam.


Terminou o banho, vestiu suas roupas e, em frente ao espelho, ficou se observando. Por fora e por dentro. Após escovar os dentes, desceu as escadas e foi à cozinha. Em vez de pegar algo para comer depois, ficou parado, refletindo outra vez, impaciente. Quando estava quase indo à porta, deu meia-volta e foi até a porta do quintal. O frio das sete parecia cortá-lo, ainda mais no inverno. Cruzou a grama e foi ao quarto dos fundos, escondido entre as árvores.


Abriu a porta e olhou bem para todo o quarto. Era consideravelmente grande, mas a experiência de observação do garoto era boa o bastante para o quarto ser especulado rapidamente e com precisão. Uma expressão de desilusão e leve desespero invadiu-lhe tanto o rosto como o coração. 
O que ele faria com todos aqueles corpos?

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